quinta-feira, dezembro 30, 2010

----------- ::::::::: CORAGEM! :::::::: ----------


Preparava-me eu para acabar o ano a escrever mais um texto para aqui, com o nome “CORAGEM” quando caiu um comentário de Isabel Sousa à última publicação sobre os relacionamentos "Cais das Colunas e Osho".

Eu contava voltar mais tarde ao tema com um texto que responderia a alguns dos comentários, mas este último, porque acaba por representar todos os outros, deu-me uma oportunidade de avançar já com o meu ponto de vista e o título, CORAGEM, curiosamente, pode-se manter.

Parece-me que há uma tendência por abordar o expresso pelo OSHO pelo lado negativo e eu questiono-me se tal se deve a uma recusa inconsciente de aceitar qualquer ideia negativa sobre uma área tão bela e importante da nossa vida.

Assim, respondendo à Isabel Sousa, queria apresentar um ponto de vista melhor, que, me parece ser também o do OSHO, que ela cita aqui:

"É o que acontece em todas as relações. Ao invés de o satisfazer, dá-lhe uma enorme insatisfação. Cada relação falha neste mundo - e é bom que falhe; teria sido uma maldição se não fosse assim. É uma bênção esse falhar. Porque cada relacionamento falha, é por isso que você começar a procurar o relacionamento supremo com deus, com a existência, com o cosmos."

E pergunta a Isabel:

“Acreditas mesmo nisto? não achas que todas as formas de relacionamento podem ser compatíveis? Não achas estranho este Deus que nega o amor do próximo? Acho este teu Deus muito selectivo! O meu Deus é muito mais condescendente... "Ama o próximo como a ti mesmo"”

Eu respondo-lhe: Bom, o meu deus está dentro de mim, tal como o teu, por vezes, consigo afastar o suficiente as camadas com que a mente e o meu ego o envolvem e contactando-o directamente, ele dá-me CORAGEM para enfrentar a vida sem medo.


Esse deus quer que vivamos a vida tão plena e maravilhosamente quanto pudermos, em todos os aspectos, que amemos o próximo como nós mesmos e que, claro, que nos apaixonemos.

E que cuidemos da nossa paixão como de um jardim precioso, e que o mantenhamos lindo e florido por todo o sempre. Este é o meu desígnio, do meu deus, do teu e, creio, do Osho também.

No entanto, a vida conduz à morte e ainda bem que assim é, a vida sem morte, seria um cristal amorfo, não faria sentido.
Quer isso dizer que não devemos cuidar da nossa saúde a tentar prolongar a nossa vida e a do nosso semelhante o mais possível?

No tocante aos relacionamentos, ninguém defende que se deve acabar com eles, apenas se constata é que todos acabam.



E que o fim duma paixão, podendo ser terrível, podendo matar ou enlouquecer, pode também ser uma sublime oportunidade para nos elevarmos espiritualmente, desenvolvendo uma capacidade de amar a um nível superior, não só todo o Universo, mas também o nosso semelhante e qualquer relação que venhamos a ter posteriormente. Não é maravilhoso?

Compatibilidade? Claro que quanto mais elevado espiritualmente um casal for, mais probabilidades há de que o seu relacionamento seja muito duradouro.

Mas ainda assim, nunca será eterno. Não é verdade que na cerimónia do casamento católico o padre termina dizendo “ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE”?

Cuidemos então da nossa paixão, se a temos, e tenhamos a coragem de amar a vida independentemente da face que ela nos apresenta!