terça-feira, setembro 29, 2009

De Volta Àquela Elucubração

A minha amiga Aldina quer organizar os meus temas, acha-me disperso...!
Claro, uma engenheira tinha que pensar assim! Benditos engenheiros, que fazem tantas coisas boas para nos facilitar a vida - até dão estrutura às casas malucas que os arquitectos projectam...

Mas, como já expliquei, isto é um diário MEU, feito à minha, talvez dispersa e enviesada, maneira de pensar. Na verdade, onde a Aldina vê dispersão, eu vejo ligações que é preciso reforçar. Para mim, os temas são todos conexos... Deixo-lhes o exercício de procurarem essas ligações, se eu as encontro, vocês também as encontram, se procurarem. Garanto-lhes que elas estão lá!

Bom, agora, vou voltar a uma das "REFLEXÕES" anteriores e apresentá-la com nova reformulação, talvez mais "à engenheiro". Se tiverem paciência para ler com atenção, enfim, dispostos a partir um pouco de pedra até, avancem. Talvez até eu acabe para colocar aqui mais uns bonequinhos para os outros se entreterem a ler em diagonal, mas por hoje, colo apenas o texto, puro e duro. Aqui vai:


Tudo o que existe no mundo real é circunstancial; Cada fenómeno depende de um conjunto de circunstâncias identificáveis e não identificáveis.
O número de circunstâncias identificáveis, isto é, de que os seres humanos se podem aperceber detectando-as e caracterizando-as (ainda que munidos de instrumentos especiais de análise), é geralmente muito grande, enorme, mas em número finito;
A probabilidade (Pf) de ocorrência de cada fenómeno calcula-se multiplicando a probabilidade de ocorrência de cada circunstância que o determina, A fórmula será esta:

Pf = P1 x P2 x P4 x … x Pn

e como cada probabilidade é sempre um número menor que a unidade, o seu produto resulta num número muitíssimo pequeno…
No entanto, se entendemos o mundo real como infinito, no tempo e no espaço, e estando continuamente a gerar conjuntos de circunstâncias, a probabilidade (P) de repetição da ocorrência de cada fenómeno é calculada adicionando, em cada uma dessas "jogadas", a probabilidade do mesmo conjunto de circunstâncias e subtraindo o respectivo produto. Assim:

P = (P1 + P2 + P3 + P4 + … +Pn) – P1 x P2 x P3 x P4 x … x Pn

O primeiro factor do cálculo vai sempre crescendo com o número de "jogadas", tendendo para 1, e o segundo factor, a subtrair do primeiro, diminui com o número de repetições, tendendo para zero. Ou seja, a fórmula, quando as repetições tendem para infinito, tende para 1.
Ora, no cálculo de probabilidades, o valor 1 representa a certeza e o zero, a impossibilidade. Portanto, concluímos, pela análise da tendência daquela fórmula num número infinito de repetições, que um fenómeno do mundo real, infinito no tempo e no espaço, repete-se uma infinidade de vezes, independentemente da sua complexidade!...

Já pensou então que no universo real existe uma infinidade de pessoas iguais a você? E que nesse universo existe uma infinidade de pessoas parecidas consigo, ou seja, que se podem confundir com você, mudando apenas as roupas, ou a história de vida, ou o estado físico?

Então, afinal, quem é você? Já pensou que a pessoa que iniciou a leitura deste pequeno texto já não é igual à que você é neste momento, pois nesse lapso de tempo mudaram as suas circunstâncias de vida, o seu estado físico?