segunda-feira, julho 16, 2007

Intervalo Para Arrefecer

Ainda para arrefecer os neurónios de alguns comentadores(as), junto agora a tradução, de minha autoria, dum texto sobre corrida e ioga.

Entretanto, dou com um interessante comentário da Alexandra, mas acho melhor retomarmos a "Reflexão" quando os ânimos arrefecerem. É que ainda alguém rebenta um fusível por culpa das "elucubrações"...

Esta tradução trata da aplicação de posturas de Ioga à corrida de fundo - Podem crer que funciona!
Mas há aqui algumas questões polémicas... o que faz o corpo avançar? É o movimento de torção da bacia…? O movimento das pernas serve apenas para suster o corpo no seu avanço? Que acham?


IOGA PARA CORREDORES DE FUNDO
Truques Para Aumentar a Capacidade do Corpo e Mente no Dia da Corrida

Por Amanda Junker

Fazer ioga durante a maratona não implica fazer a “Saudações ao Sol” no meio da mul-tidão atrás da linha de partida nem fazer a “Posição do Cão” na meta. Trata-se apenas de aplicar uns pequenos truques que se aprendem na aula de ioga, como usar os princípios de certas posições de ioga e praticar exercícios mentais a cada quilómetro. Fazer isso ajuda a prevenir lesões e a dar o máximo na corrida.
“Quando se aplica a filosofia holística do ioga à corrida, na realidade transforma-se a corrida, de desporto, a uma prática espiritual” diz Danny Dreyer, autor de Chi Running. “Muitos correm com uma mentalidade de a-mente-manda-o-corpo-obedece – chegam à meta seja lá como for – mas o trabalho do corpo-mente em condições é com o corpo e mente a trabalhar em equipa.” Levar a prática do ioga do tapete de 1 metro por 2 para um percurso de 42 quilómetros ajuda a descobrir essa sinergia corpo-mente e garante uma boa recuperação.
Estas 7 dicas ajudarão a pôr o seu sangue a fluir para todos os músculos e a garantir que mantém a postura correcta e que protege as articulações (aliviando a compressão) apesar das horas seguidas de pés a bater no asfalto. Isto melhora a forma física, multiplica a resistência e, o mais importante, eleva o jogo mental a um novo nível que ajuda a chegar ao fim com força e pronto para a próxima corrida.

Posição na linha de partida

Centrar-se e evitar que o corpo fique rígido enquanto se espera pelo tiro de partida, apertado no meio da multidão, com a posição de “Pé Equilibrada” (Tadasana). “A Posição de Pé Equilibrada ajuda a realinhar o corpo” diz Christine Felstead, fundadora do “Yoga for Runners” em Toronto. Diz ela que gastar uns segundos a respirar fundo com os pés fincados no chão ajudará a acalmar a mente e a assentar o corpo antes de começar a corrida. Devemos recordar esta postura ao correr. Manter os ombros descontraídos e o peito elevado ajuda a esticar a coluna, reduzindo a tensão excessiva.

Fazer o seguinte: De pé, com os pés afastados à distância dos ombros, abrir os dedos dos pés dentro das sapatilhas o mais que se puder. Manter as pernas direitas e contrair os quadricipes. As ancas ficam na posição neutra com o cóccix a apontar para o chão. Concentrar-se em fincar os pés e pernas no chão, ao mesmo tempo que se endireita a coluna e os flancos. Imaginar que se está a colocar todas as articulações que suportam o peso do corpo umas, por cima das outras – Os ombros sobre as ancas, as ancas sobre os joelhos, os joelhos sobre os tornozelos. Depois, puxar os ombros para baixo, com os braços ao lado do corpo. Sentir o alto da cabeça a subir e o pescoço a esticar. Aguentar assim por três profundas respirações completas. Soltar a tensão dos ombros esticando os braços por cima da cabeça.

Corrigir o Corpo

Correr com consciência significa estar sintonizado com o corpo ao longo da corrida. “Usem as marcações dos quilómetros como despertadores para verificar a postura, respiração e qualquer tensão no corpo”, diz Dreyer. “É como carregar no botão de “actualizar” no computador, voltar a estar fresco como no princípio da corrida, a cada quilómetro”. Verificar como se está e adequar-se logo desde o primeiro quilómetro evitará que se rebente ao quilómetro 27 ou 32. Quando se verifica como está o corpo, se se acha que se está sem fôlego ou tenso deve experimentar-se fazer a respiração ou adoptar as técnicas de postura a seguir descritas.

Correr Como Um Guerreiro

“Quando se corre curvado, perde-se até 30% da capacidade pulmonar”, afirma Dryer. Mantenha-se um bom fluxo de ar, erguendo bem a coluna ao correr. Levantar a cabeça como se puxada por um fio, como na “Postura do Guerreiro”.

Torcer

Na verdade, é a contra-rotação entre as ancas e os ombros que faz mover as pernas na corrida. Deixar o pélvis rodar torna a passada mais fluida e melhora a resistência pois reduz a energia gasta no movimento. “Lembrar-se da “Torção Sentada” do ioga, em que as ancas estão fixas e se roda a parte superior do corpo”, diz Dreyer. Então, na corrida, é fazer o inverso: A parte superior do corpo fica estacionária e é a parte inferior que se deixa rodar”, diz. Esta rotação cria um efeito elástico com os ligamentos e tendões a fazer a torção da espinha voltar à posição neutra, fazendo assim mover os braços e pernas. O resultado desta acção não-muscular é uma muito sensível redução no nível de esforço, porque ela é extremamente eficiente sob o ponto de vista energético. Os ligamentos e tendões não requerem oxigénio nem glicogénio, portanto, ao correr, produz-se menos ácido láctico poupando o tecido muscular que assim não é destruído, reduzindo-se o tempo necessário para a sua recuperação.

Não perder tempo: Expirar!

A respiração é a reacção do corpo ao esforço. Pode dar indicações de ineficiência, esgotamento ou até mesmo indicar que está na altura de acelerar a passada. Estar em forma e treino são a base da nossa capacidade de correr, mas adequar a respiração pode aumentar os resultados. Segundo Dryer, “Se se está com falta de fôlego, não é porque não se inspira ar suficiente, é porque não se expira suficientemente rápido”. Respirar com o diafragma pode ajudar, se se fizerem fortes expirações, libertando os pulmões para a entrada de ar fresco.
Fazer assim: Pôr a mão no umbigo. A seguir a uma inspiração, soprar, empurrando a barrica para dentro. Depois, inspirar pelo nariz. Se, durante a corrida, custar a respirar só pelo nariz, tudo bem, respirar pela boca, mas é de experimentar das duas maneiras para perceber a diferença.

Descontrair

Ao correr, como no ioga, os músculos estão fortes, mas soltos. Procurar ficar tão descontraído na corrida como quando se está a fazer ioga. Os músculos descontraídos absorvem o oxigénio do sangue como uma esponja – e o oxigénio é o que mantém os músculos a trabalhar e o corpo a correr.

A “Posição do Cão”

Para reduzir a rigidez pós maratona, as posições do Ioga proporcionam alívio mais completo e rápido do que os alongamentos tradicionais. “Não há nada melhor que a “Posição do Cão Virada Para Baixo”, diz Felstead. Estica os músculos das pernas, os tendões e as costas”. Estirar, logo a seguir à corrida, os três grupos musculares que trabalharam tantas horas, vai minimizar o dorido do dia seguinte.

Fazer o seguinte: Pôr as mãos no chão, afastadas à distância dos ombros. Abrir bem os dedos, esticar descontraidamente os braços. Dobrar as pernas de modo que as canelas fiquem quase paralelas ao chão. Depois, tratar de afastar as ancas o mais possível das mãos ao mesmo tempo que se ergue o rabo e se forçam as pernas atra-vés dos quadricipes para as esticar. Fica-se nesta posição durante 5 ou 6 longas e pro-fundas respirações completas. Terminar na “Posição da Criança” para aliviar o fundo das costas. Se necessário, repetir isto três ou quatro vezes.

E agora que arrefeceram, preparem-se para voltar a elucubrar comigo...Os sobrevientes!

domingo, julho 15, 2007

...Para Desanuviar...

Bom, bom, bom, bom, bom...

…Lógica da batata, complicações...

Pelos vistos, há camaradas a queimar os neurónios com estas elucubrações...

Do Dicionário de Língua Portuguesa:
"ELUCUBRAÇÃO - O mesmo que lucubração: Vigília; trabalho intelectual feito pela noite adiante; (por extensão) meditação profunda, cogitação profunda"

Então, para desanuviar, vamos fazer um intervalo. Perda de tempo por perda de tempo, façam lá este teste, tirado dum e-mail que recebi:


O gato

Teste de leitura veloz

Realizado na Universidade de Coimbra para quem vai ingressar no curso de Linguística.

Tente ler sem errar.

O gato assim fez
O gato é fez
O gato como fez
O gato se fez
O gato mantém fez
O gato um fez
O gato anormal fez
O gato ocupado fez
O gato por fez
O gato quarenta fez
O gato segundos fez

Agora leiam somente a terceira palavra de cada uma das frases e ... não
Resistirão à vontade de reenviá-lo.

quinta-feira, julho 12, 2007

REFLEXÃO IV

Agora é a vez da Marcinha:
Quando digitamos o código do nosso cartão Multibanco, confiamos nas possíveis 10.000 combinações. No entanto, as hipóteses de perdermos ou de nos roubarem o cartão, conjugadas com as de quem, tendo-o na mão, o usa digitando um número aleatório e acerta, como se podem quantificar? Serão de uma em dez milhões ou mais, mas, seguramente, muitíssimo maiores do que a de esbarrarmos na rua com o nosso clone exacto…! Quer dizer q a Marcinha vai a correr tirar o dinheiro do banco e escondê-lo debaixo do colchão?

E quem diz que a impressão digital é única? Acaso já testaram todas as impressões digitais de todos os seres humanos que existem, existiram e existirão?

No fundo, estamos a falar no plano prático. Os parâmetros definidores dum ser humanos poderão, de facto, ser infinitos, pois dentro de cada célula, de cada nossa molécula, de cada átomo, poderão existir universos completos de outra dimensão, com estrelas, planetas, enfim, como as caixas de bonecas russas, umas, dentro de outras, dentro de outras, ad infinitum….
Portanto, aí, na fórmula estatística, teríamos infinito sobre infinito, o que não dá zero, dá um indeterminação.

Mas no mundo real, usando apenas os parâmetros do observador normal, ainda que munido de microscópios poderosos, teríamos sempre um número finito de parâmetros, o que dá zero, na fórmula estatística. Ou seja, os clones de que falo, seriam, em rigor, diferentes ou indeterminados, num plano espiritual, infinito, mas iguais, no plano físico, prático, humano…
Espero que tenha deixado claro em que planos acho que podemos dizer que cada ser humano é único e irrepetível ou que é apenas apenas mais um no meio de uma infinidade de outros iguais.

Curioso, meus amigos, vocês são seres cuja função aqui é despertar em mim mais elucubrações que podem não ser minimamente aquelas que vocês vêm levantar…
O Manel, por exemplo, com o seu comentário meio brincalhão, fez-me formular a hipótese do espírito ir buscar algures no espaço e no tempo infinito os nossos fac-similes e alinhá-los numa história de vida, definida pelas sucessivas decisões que vamos tomando…

Agora a Marcinha, com a mais simples questão que levantou, no comentário à “Reflexão II”, ajuda-me a resolver uma fragilidade insuspeitada na minha tese que me persegue desde que a postei, como um fantasma monstruoso: Será que, de certeza, existe algures, no tempo ou no espaço, um Álvaro de três cabeças?

Pergunta ela no seu comentário:
aproximar-se de 1 não é igual a 1, não é mesmo?”
O que significa um valor de inteiro (por maior que seja) sobre infinito tender para zero? Qualquer valor de parâmetros que se determine será dividido por infinito, dando zero. Mas TEM QUE SE DETERMINAR esses parâmetros antes de afirmar que dá zero. E isso é importante, pois se o valor fosse zero, sem mais, poderíamos afirmar que, de certeza, existirá algures, no tempo e no espaço infinitos, um Álvaro igual a mim mas… com três cabeças! Para fazer esse teste, tínhamos primeiro que determinar os parâmetros desse homem e, como a natureza, pela sua própria lógica de funcionamento, não pode criar homens com três cabeças, não saberíamos determinar o valor a colocar no numerador daquela fórmula, daí, não a podermos aplicar, não podendo afirmar de certeza que existe um Álvaro com três cabeças…

…Ufa! Que susto! Agradeço então à Marcinha por ter posto aquela questão, pois ajudou-me a libertar-me deste pesadelo horrível!

...E a Alexandra também despertou em mim outro verme elucubrador… Veremos isso talvez na próxima postagem.

domingo, julho 01, 2007

REFLEXÃO III



Esta é mais para responder às questões postas.

Claro que tudo o que aqui escrevo vem com um grande ponto de interrogação. E tenho pena de não haver mais gente a comentar, pois de cada comentário surgem novas questões levando ao aprofundamento do tema. Mas, Mea Culpa, como podem as pessoas vir cá espreitar o blog se só aparece algo novo de 30 em 30 dias?

Quanto à questão da repetição de pessoas, direi mesmo que o número de repetições não será um nem dois, mas mais que triliões!
Na verdade, por muito grande que seja o número de itens necessários para definir alguém, desde que sejam em número finito, a probabilidade de ocorrência repetida é sempre calculada um número infinito de vezes, o que dá sempre resultado igual a 1, ou seja, CERTEZA!

No caso do nosso comentador Manuel, na verdade direi que não há apenas uma repetição dele, mas uma infinidade delas e com uma infinidade de variantes!
Ou seja, há um Manuel que quer beber um copo com um outro fac-símile, mas há um que não quer; um, que quer beber um copo de tinto; um, que quer beber um copo de branco; um, que quer beber um sumo de laranja, outro, que é abstémio, etc., etc., etc...
Façam as contas usando as fórmulas do cálculo de probabilidades e comprovem…

Agora, posso suscitar outra questão a partir daqui:
Se o espírito é omnipotente (será uma fracção de Deus, mas uma parte de poder infinito também é poder infinito), então, pode viajar livremente no tempo e no espaço (e também fora do tempo e do espaço). E pode ocupar e manipular as concretizações humanas… Então, quem me diz que cada um de nós, enquanto mero mortal, não passa duma sucessão contínua de “Maneis”, que o espírito, consoante as decisões que toma, vai recolhendo de algures no tempo e no espaço e alinhando numa história de vida?
Aqui, meus amigos, ponham um ponto de interrogação MUITO GRANDE, até porque isto não posso provar estatisticamente…ou posso?

Resumindo: pois se o Manuel quer tomar um copo com o seu outro eu, será fácil: basta tomar a decisão de encher um copo de bom tinto alentejano, e bebê-lo...!

A resposta à Marcinha virá mais tarde, espero que em breve. Para já só adianto esta pergunta: Mas não somos, nós todos, o mesmo em Deus?